17 de jul. de 2012

Artrite Reumatóide

Tem como etiopatogenia ser uma doença inflamatória articular ou auto-imune atingindo 1% da população adulta. Doença crônica, inflamatória das articulações, embora também possa ocorrer em outras partes como pulmão e coração, vasos sanguíneos e olhos. Acomete 1 a 1,5% da população em geral. É mais prevalente em mulheres e, em geral, de início dos 30 aos 50 anos. Não se conhece a causa, mas pode existir pré-disposição genética. A Artrite Reumatóide é uma doença auto-imune o que significa que o sistema imunológico (de defesa) do corpo ataca suas próprias células e tecidos saudáveis. A resposta do corpo provoca inflamação em torno das articulações. A forma mais freqüente é uma artrite simétrica, de instalação lenta e progressiva. Costuma iniciar nas pequenas articulações, em especial das mãos e punhos. Pode também iniciar de forma assimétrica e monoarticular e em grandes articulações. Tem como característica a rigidez matinal de mais ou menos 1 hora, isto é, ao acordar há uma dificuldade no funcionamento articular. Cerca de 20% dos pacientes podem apresentar nódulos ou caroços em baixo da pele que se chama Nódulos Reumatóides e a região mais propensa é perto dos cotovelos. A evolução da doença reumatóide cursa com períodos de remissão e/ou exacerbação dos sintomas. O curso clínico é variável, alguns pacientes podem desenvolver manifestações oligoarticulares de curta duração e mínimo dano, enquanto outras podem apresentar poliartrite com importantes deformidades e anquilose articular. As deformidades das mãos mais comuns na Artrite Reumatóide são: - Edema fusiforme: Sinovite nas IFPs, dando a aparência de fuso. - Deformidade em botoeira: flexão da IFP e hiperextensão da IFD, causada pelo enfraquecimento da bainha de deslizamento central do tendão extensor extrínseco e deslocamento palmar das bandas laterais. Essa deformidade assemelha-se à junta dos dedos sendo empurrada através de uma botoeira. - Deformidade em pescoço de cisne: É conseqüência da contração dos flexores na MCF, resultando na contratura em flexão da MCF, hiperextensão da IFP e flexão da IFD. - Desvio ulnar dos dedos com subluxação das MCFs. O diagnóstico da Artrite Reumatóide pode ser difícil nos estágios iniciais, por que os sintomas podem ser muito sutis. Além de uma boa história médica, exame físico cuidadoso, procedimentos de diagnóstico incluem: - Exames laboratoriais - Exames de imagem - Biópsia nodular - Artrocentese (quando há derrame articular ou bursas aumentadas de volume, se punciona o líquido sinovial para pesquisa laboratorial) Origem Neurogênica da Dor Articular: Jason J. Mc. Dougall, revisa o que é conhecido sobre a origem da dor articular. Processos neurobiológicos iniciam na articulação, dando origem a sinais neurais e que são, em última análise, decodificados pelo Sistema Nervoso Central, em percepção da dor. Articulações do joelho são ricamente inervadas por nervos sensoriais, e simpáticos. Fibras simpáticas pós-ganglionares terminam próximas a vasos sanguíneos articulares, onde regulam o fluxo sanguíneo das articulações. A função primária dos nervos sensoriais é de detectar e transmitir informações da articulação para o sistema nervoso central. Fibras nervosas aferentes são quiescentes em articulações normais, porém, após lesão de tecidos ou indução de inflamação, estes nociceptores se tornam ativos e enviam informações noxiosas para o sistema nervoso central. No local da lesão, ocorre liberação de mediadores químicos que aumentam a excitabilidade da via nociceptiva, e tem o efeito de tornar as atividades diárias dolorosas. A multiciplicidade de mediadores envolvidos proporciona uma oportunidade para a intervenção terapêutica como Acupuntura Neurofuncional, Fisioterapia e agentes farmacológicos. Siglas: IFP= inter-falangicas proximais ; IFD=inter-falangicas distais ; MTCF= metacarco-falangicas. Tratamentos: Visam melhorar a qualidade de vida, tentando manter a função articular e proteger deformidades. É importante o início dó tratamento precocemente para diminuir a possibilidade de lesões inevitáveis, uma vez que a cura não é conhecida, mas medicações eficientes no início da doença podem evitar a progressão mais rápida e seqüelas. Utilizam-se medicações antiinflamatórias, drogas modificadoras de doença (Dmar ou de ação lenta) e biológicas. Muito importante utilizar-se de fisioterapia, atividade física programada, acupuntura e uma alimentação orientada.

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