A Acupuntura e a Moxabustão são técnicas de tratamento
milenares desenvolvidas e utilizadas na China e de lá se disseminaram por todo
o mundo. Na Europa, começaram a ser usadas desde o Renascimento, quando textos
chineses foram traduzidos por missionários Jesuítas. A OMS reconhece
aAcupuntura como especialidade médica desde a década de 1970 e, no Brasil
também é reconhecida como tal pela AMB – Associação Médica Brasileira.
A Acupuntura usa agulhas apropriadas que são aplicadas em
determinados pontos do corpo, de acordo com a Teoria dos Meridianos e
Colaterais. Já a Moxabustão se vale da aplicação do calor proveniente da queima
de bastão ou cones de artemísia (uma planta) sobre os mesmo pontos, assim
procurando harmonizar o fluxo da Energia Vital (“Qi” – pronuncia-se: “tchi”).
As funções mentais são um reflexo da interação entre os
órgãos e vísceras, entre si e com o meio externo, funcionando como uma rede
organizacional harmônica. A disfunção em qualquer elemento desta rede exercerá
uma influência negativa que poderá se expressar como um transtorno mental.
Fatores externos, como: vento, frio, calor, umidade, secura
e fogo (de acordo com os conceitos da Medicina Tradicional Chinesa) , bem como
fatores emocionais: alegria, ira, ansiedade, meditação, tristeza, medo e
terror, quando em excesso ou em deficiência, causam desarmonia e, se os
mecanismos de defesa próprios do organismo não conseguirem recuperar o
equilíbrio, levarão o indivíduo a apresentar distúrbios físicos e/ou mentais.
O foco principal das técnicas terapêuticas chinesas é o
restabelecimento do equilíbrio do organismo, tanto internamente quanto nos
aspectos relativos às relações interpessoais e com o meio ambiente. Isso tudo
coincide com o ponto de vista científico moderno da Psiconeuroimunoendocrinologia
(“Teoria do Estresse” – vide texto sobre Estresse e Saúde).
Os pontos utilizados no tratamento são selecionados de
acordo com: a “Teoria dos Meridianos e Colaterais”, a “Teoria dos Cinco
Movimentos” (ou “Elementos”) e a “Teoria dos Órgãos e Vísceras” (“Zang Fu”) e a
escolha se baseia na análise dos sinais e sintomas apresentados pelo paciente.
Bom lembrar que, assim como na Medicina Ocidental os
pacientes reagem de maneira individualizada ao tratamento medicamentoso, também
a resposta ao tratamento por acupuntura e moxabustão varia de uma pessoa para
outra. Existem pessoas que respondem rapidamente e outras que não o fazem.
Assim, o importante é uma avaliação criteriosa por um profissional devidamente
capacitado para que a associação de métodos terapêuticos (psicofármacos,
psicoterapia, acupuntura e moxabustão) e uma mudança no estilo de vida
contribua para a melhora dos transtornos mentais e para o retorno do indivíduo
a um funcionamento equilibrado, o mais rapidamente possível.